domingo, 29 de agosto de 2010

23: 42 (Violência Violeta)

Quebrado.
Barulho, suor, cigarro
Vento gelado.
Carrega, pluga, timbra
Arde e lacrimeja.

Bate, amassa, grila
O peito estoura, uma cerveja.

Gente, gente, gente
Mais Suor
Mais cigarros

Ideia, nervos
fome, fogo
Arrasta um quarteirão

Outro timbre, alívio, gozo
Peito, boca, mão e gosto
Cheiro, Luz

E o peso da mão.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Madá

Pensei em lhe escrever um poema, mas me bloqueei antes de sentar.
Qualquer coisa que eu diga é insignificante perto do descaso nosso.
Lambi suas costas procurando algum amargor de língua.
Não pensei em nada.

Apenas saí... pra comprar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cria/Crua

Acordei com a cara inchada, o cabelo amassado só de um lado.
Um pé no de meia e outro no chão gelado.
Enquanto o vento sopra eu tento apagar com ele uma dúvida/meio nóia.
Reflexo de um espelho, vejo vinte vezes mais a repetição de homem.
Assim no sorrateiro espio a mancha, cópia pura, atrás do braço...
É, sou eu...
A mesma cara, rabiscada vinte anos mais nova.
O mesmo amor renovado.
A mesma luta descansada.

A paixão e a doença.