segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pó de foco

Sentei no café e devaguei...

Vou pausar o Romantismo Neocolonial seguido da Contemporaneidade Cotidianista pra matutar e concomitantemente me posicionar diante do que vejo vocês vendo sem se manifestarem.
A internet é mesmo uma grande vizinhança cheia de velhas intrigueiras dessas que colocam suas cadeiras na porta de casa ou debruçam com o cotovelo nas janelas e ali se instalam como sentinelas por horas e horas afim de ocupar o que lhes resta de tempo na terra.
O caso é que, o Brasil se perde nas próprias mesquinharias, nos comentários sobre artistas que vão e que vem de algum lugar, políticos que visitam famosos nos hospitais, mais uma senhora com câncer numa clínica caríssima.
Eu na minha mais pura insignificância não vejo relevância. Mas quem ouvirá o ilustre ninguém?
Vejo a corrida desesperada, gananciosa impulsionada pela vaidade.
Ontem li o blog do Mário Bortolotto, o dramaturgo comenta indignado sobre o chilique da Folha.
Pouco tempo atrás o Estadão me lança a matéria sobre o Presidente Lula ligando pra mãe do Caetano, Dona Canô, onde ele "perdoaria" o cantor(que tipo de diplomacia é essa?).
Eu quero é saber quem é que liga pros nossos pais quando tem um PM despreparado nas ruas batendo na cara de qualquer um só porque tem uma barba ou uma tatuagem na perna, e que ainda alega que te parou porque dentro das prisões 99% do pessoal que está lá são tatuados (Meu jovem! Já parou pra pensar que nos shoppings esse número não é diferente?)
Porque ninguém vai visitar o pessoal mais humilde nos hospitais ou faz uma matéria sobre segurança pública, perguntando pra algum "mídia" qualquer: o que ele pensa sobre desmatamentos, recuperação das matas ciliares e reaproveitamentodo seu lixo?
Tá todo mundo maravilhado com as cores, a velocidade e esse intercâmbio que gira nessa panela em que muitos fuçam e poucos sabem usar.
É...Eu lutando aqui pra ainda querer ser jornalista e outros jogando diploma no lixo, sabe? Como se não valesse a pena.
Só me resta agora ser mais uma velha apodrecendo o cotovelo no vão da janela.

Não obrigado.

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